11/07/2008

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Santo, Santo, Santo
Por Mike Shea - Casa de Davi
Isaías, Ezequiel, e João foram levados ao céu e tiveram o privilégio de
ver e sentir o Senhor no ambiente celestial de adoração. Suas reações
e observações são interessantes. Os quatro seres viventes, os 24
anciãos, a multidão, todos que se encontram no cenário do céu concordam em
sua adoração diante da manifestação do mesmo atributo do Deus que não tem
igual: Santo, Santo, Santo. Os seres criados para adorar ao Senhor no
céu, que não pecaram e não conhecem as conseqüências do pecado, clamam:
Santo. Será que eles não iriam se acostumar à santidade de quem eles
dirigem a sua adoração? Isaías, o primeiro a visitar este lugar, relatou
que os adoradores clamam: Santo, Santo, Santo. Ezequiel teria feito
sua visita logo depois de Isaías e os adoradores celestiais ainda
clamavam: Santo, Santo, Santo. João teria sido o último autor da bíblia a
visitar este santuário do universo. Séculos mais tarde os adoradores ainda
estavam clamando: Santo, Santo, Santo!

No ambiente de culto celestial o atributo mais notável da pessoa de
Deus é a Sua santidade.

Em Isaías 1:12-18, Deus trata com o povo de Israel: eles estão vindo
para O adorar de uma maneira que Ele não aceita. O que fica claro é que o
povo tinha adotado uma forma de adorar, mas sua adoração não tinha a
essência do que Deus queria. Eles traziam ofertas e sacrifícios e
participavam das festas, mas faltava o que Deus procurava. O profeta revela
que quando Deus olhava, Ele via o sangue do pecado nas mãos das pessoas,
e por mais que multiplicassem os seus clamores, os Seus olhos e
ouvidos estavam fechados. Ele não aceitava esta adoração. Faltava o
quebrantamento de coração que Deus procurava no adorador da descendência de
Adão. O problema desse povo não foi o desconhecimento dos caminhos ou do
caráter de Deus. Eles sabiam do próprio pecado. Apenas não tratavam o
pecado que tinham cometido. E Deus via isso.

Apocalipse 3:14-22 contém a carta de Jesus para a igreja em Laodicéia.
Nesta, Jesus trata duramente a igreja por sua postura orgulhosa e
religiosa. Jesus denuncia a falta de quebrantamento na vida da igreja. Ele
disse que precisavam de " vestidos brancos" para denunciar o estado de
pecado que continuava na igreja. O resultado disso tudo era: "Eis que
estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta,
entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo." (v.20) Este
versículo é citado de forma imprópria quando usamos em evangelização. O texto
nos revela que Jesus estava revelando Sua postura em relação a igreja:
Ele estava do lado de fora! Jesus tinha saído da igreja e eles nem
perceberam. Ele estava à porta pedindo para entrar. O povo tinha se calejado
em relação a seu pecado. Eles estavam vivendo religiosamente sem
tratar o pecado que sabiam que tinha cometido.

Creio que nós cometemos o mesmo erro hoje. Eu estava afinando meu
violão para dirigir a adoração do nosso culto em casa.

O Espírito Santo começou a falar comigo:
"Pára, pára, pára...O que você está fazendo?"
Eu respondi: "Afinando o violão para adorar."
"O que te leva a pensar que Deus vai receber sua adoração depois do
jeito que você falou com sua esposa e seu filho agorinha?"

Eu tinha discutido com eles uns 10 minutos antes e eu estava sentindo o
peso de culpa pela maneira que os tratei. A pergunta do Espírito Santo
foi uma espada de dois gumes: Ele denunciou meu pecado e me chamou ao
arrependimento e ao mesmo tempo me fez avaliar minhas motivações para o
"culto".

Eu respondi:
"Tudo bem. O Senhor tem razão. Depois do culto vou chamá-los e pedir
perdão."
"Porque depois do culto?"

Eu esperneava no meu espírito procurando uma razão para não confessar
na hora. Nisso ressoavam duas palavras na minha cabeça: orgulho e
soberba. Porque esperar? O culto era para quem? Para mim? Para as pessoas? OU
PARA DEUS? Ele é Santo. Ele sabe tudo que foi falado, tudo que eu fiz.
Era meu orgulho e soberba que me impediam de reconhecer isso antes de
querer " cultuar" a Deus.

Obedecendo ao Espírito, eu chamei minha família e confessei.
Voltando ao violão ouvi:
"Pára, pára, pára... Você sabe que o pecado do sacerdote contamina o
povo."

Eu tinha lido Levítico 4 naqueles dias que fala sobre isso. E eu sabia
aonde o Espírito Santo queria chegar e eu esperneava no espírito de
novo... "Vou ficar envergonhado... Vou perder autoridade diante destas
pessoas... Orgulho... Soberba..."

Pedi a atenção de todos e confessei. Ao oferecer a oportunidade para
outros tratarem o que fosse necessário, para a minha surpresa, quase
todos corresponderam. Faço esta observação para transmitir o que o Espírito
Santo ministrou a mim nesta experiência.

Qual é o motivo do nosso "culto"? Em que condição nos apresentamos
coletivamente diante de Deus? Será que O tratamos como Santo? Ou O tratamos
como um vo-vô "caduco" que está olhando a sua "netaiada" sem percepção
de quem são e o que fazem?

Ao " cultuar" a Deus, esperamos ter alguma experiência
real/sobrenatural com Ele? O culto é uma reunião social ou um encontro dos Pai com seus
filhos e O Noivo com a Sua noiva? Se é um encontro assim, porque
carregamos tanto pecado para o culto esperando que Deus ignore isso e
manifeste a Sua presença?

Creio que o culto pode ser um encontro coletivo com Deus. À luz das
Escrituras (tanto o " velho", como o " novo" testamento), podemos observar
que Deus repara nosso estado na hora de cultuarmos. As Escrituras
mostram que Deus faz distinção entre o " pecador" que precisa se converter
e o " filho" que vem adorar ao Pai. Em relação ao filho, Deus espera
que ele trate o pecado que tem. Porque? Porque somos convertidos. Porque
Jesus nos trouxe de volta ao Pai. Porque o Espírito Santo está em nós e
nos convence dos nossos pecados na hora em que os cometemos. E
principalmente porque o sacrifício de Jesus foi radical: Ele deu a Sua vida
para nos tirar do domínio do pecado, proporcionando perdão em todo
momento. Nosso problema não é " desconhecimento" do que é ou não é pecado.
Nosso problema é que vamos para o culto sem tratar o pecado que temos
cometido. E ainda esperamos a manifestação de Deus! O pecado faz separação
entre nós e o Senhor (Is. 59:2).

Tenho uma preocupação com os adoradores "proféticos, radicais,
apaixonados, e extravagantes" hoje. Se não levarmos a santidade do Senhor a
sério, iremos gerar em nossos cultos a mesma religiosidade com outras
formas. Se não tratarmos o pecado, confessando para a pessoa contra quem
pecamos, restituindo o que roubamos e reconciliando-nos com o próximo,
podemos cair no mesmo estado que a bíblia denuncia como adoração que Deus
não aceita. Saibamos ouvir o Espírito Santo na hora que Ele convence
do pecado para tratarmos na hora que Ele opera. Assim poderemos adentrar
o mesmo ambiente onde Isaías, Ezequiel e João foram levados para
proclamarmos em adoração:

Santo, Santo, Santo!


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